Atualização Setembro 2023

Imagem do post IBOV e Mercado Americano - Investir Cada Vez Melhor

IBOV e Mercado Americano

De abril a junho de 2023, o IBOV subiu mais de 20%, atingindo os 120 mil pontos.

No começo de julho, o mercado “andou de lado”, e no final daquele mês fez um novo topo, um pouco acima do nível de junho (123 mil pontos).

Em agosto o índice corrigiu timidamente (algumas ações corrigiram com muito mais vigor) e voltou a subir na segunda quinzena.

Todavia, até aqui, 5 de setembro, o IBOV não conseguiu engatar boas altas, e está rondando os 118 mil pontos.

Fique atento ao rompimento dos 118 mil pontos. Se o índice vencer esse patamar, as próximas resistências estão em 123 e 131 mil pontos (esse último, o topo histórico). Por outro lado, a perda dos 114 mil pontos poderá acelerar o movimento de queda do IBOV. Acompanhe também de perto o mercado americano, pois recentemente a correlação entre as bolsas, daqui e de lá, está muito presente.

O cenário macroeconômico favorece o bom desempenho da bolsa brasileira para o restante do ano, amplamente discutido no blog e no meu canal. Mas, o cenário externo impediu um maior otimismo dos investidores com o Brasil, inclusive o fluxo de estrangeiros na B3 foi negativo nos últimos meses.

Os desencontros políticos em Brasília também impedem um maior apetite pelos ativos de risco no Brasil. Bom, mas até aqui, para mim, são mais ruídos do que fundamentos. Como já comentei algumas vezes no site, a minha maior preocupação com o Brasil está a partir de 2025, pelo menos até agora. Mas, isso poderá mudar a qualquer momento. No Brasil até o passado é incerto! 

Posto isto, acho que o mercado nacional espera por algum trigger positivo para a bolsa deslanchar. Essa é a minha expectativa. E a principal razão do meu otimismo é o ciclo de queda de juros do Brasil, iniciado em agosto pelo Banco Central.

Para finalizar o cenário tupiniquim, ressalto ainda que os juros futuros subiram em agosto e nesse começo de setembro e, ao meu ver, favoreceram novas entradas em títulos de renda fixa, notadamente aqueles vinculados à inflação com duration mais longo. E o dólar se fortaleceu frente ao real, acompanhando o cenário externo, onde o dólar index ganhou força sobre outras moedas.

Lá fora, o mês de agosto foi marcado pela forte valorização das taxas de juros de 10 e 30 anos nos EUA. Segundo alguns especialistas, grosso modo, isso foi motivado por um “detalhe técnico”: o tesouro americano precisou emitir muitos títulos para fortalecer o caixa e a demanda pelos títulos americanos está menor após o pós-conflito do leste europeu (questões geopolíticas complexas que podemos discutir outro dia). Assim, houve uma aceleração das taxas de juros (lei da oferta e demanda: menos demanda, maior taxa de juros, simples). A maior preocupação do mercado é com alto endividamento do governo americano nos últimos anos.

A recente alta de juros futuros nos EUA (agosto) explica o fortalecimento do dólar index no mercado mundial e a correção das bolsas por lá. Aliás, o “normal” teria sido uma correção ainda maior no mercado acionário americano.

Outro fator importante: nas últimas semanas a economia americana vem mostrando sinais claros de desaceleração, inclusive com a subida da taxa de desemprego. Recessão à vista? Muitos analistas acreditam que ela ainda poderá acontecer nos próximos meses, talvez em 2024.

Porém, o mais relevante, do meu ponto de vista, é que o ciclo de alta de juros do FED está perto do fim. Provavelmente a taxa ficará por algum tempo no patamar atual – range de 5,25 – 5,5%.

E isso é muito bom para investimentos em renda fixa nos EUA. Assista o vídeo para entender mais detalhes sobre a tese.

https://youtu.be/ogYdmNW6PlE?si=4MuopgOzVsZxPzv7

Em breve vou gravar uma nova aula exclusiva sobre o tema - renda fixa nos EUA.

E para o mercado de renda variável nos EUA? Apesar de um mês de setembro ainda incerto, inclusive uma correção seria muito bem-vinda, compartilho da ideia do trader americano Larry Willians que espera um bom desempenho no último trimestre desse ano, podendo inclusive ocorrerem novas máximas históricas nas bolsas do Tio Sam.

O mais importante é você montar uma carteira diversificada para surfar as “teses” aqui propostas, mas caso elas não ocorram, que você possa sobreviver após a tempestade.

Por último, fique atento ao preço do petróleo. No dia de hoje, o Brent (petróleo negociado em Londres) superou a marca de 90 dólares o barril. Alguns analistas que sigo continuam otimistas com o “ouro negro”. Problema: uma alta mais vigorosa poderá impactar na inflação futura no mundo e frear a queda de juros.

Prever o comportamento futuro do mercado financeiro nunca é fácil. Nunca será. Ele está sempre pronto para nos colocar "fora do jogo".

Tenha sabedoria, conhecimento e paciência. Invista em bons ativos e não pague caro pelos mesmos. Essa será sua "margem de segurança".

Bons investimentos.

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao navegar em nosso site, você concorda com tal monitoramento.

Prosseguir