Banco Central reduziu a Taxa Selic em 50 pontos-base

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IBOV – Atualização Agosto 2023

Finalmente a Taxa Selic voltou a cair no Brasil. Foram mais de dois anos em alta e depois estabilidade em 13,75% ao ano.

Agora a taxa de juros passou para 13,25% ao ano. E deverá continuar caindo nos próximos meses em busca da chamada taxa “neutra” de juros.

Grosso modo, os juros “neutros” são aqueles que não limitam o crescimento do PIB e também não alimentam o processo inflacionário. Segundo alguns analistas que acompanho os juros neutros atuais estariam entre 8 a 9% (Taxa Selic). Isso vai mudando ao longo dos meses de acordo com a expectativa da inflação futura.

Outro conceito importante: os juros reais são obtidos descontando a inflação da Taxa Selic. Atualmente os juros reais estão em quase 9%. Um dos maiores do mundo. No conceito de taxa neutra, os juros reais deveriam estar em torno de 4%.

Resumindo há espaço para mais quedas na Taxa Selic. E melhor. Essa redução acontece num cenário muito positivo: inflação controlada (mas, ainda preocupante), PIB em alta, dólar em queda e um fiscal controlado “temporariamente”.

Não vou repetir os meus comentários em textos anteriores, mas reforço que a queda de juros favorece a economia brasileira e, por conseguinte, o mercado de ações.

O mercado de ações é beneficiado por duas razões básicas: a queda de juros diminui o custo da dívida das empresas (melhora do resultado financeiro) e as ações negociadas em bolsa são reprecificadas pelos analistas ("re-rating"): novo valuation (fluxo de caixa descontado – menor juros, maior valor das ações).

E outra. A renda fixa passará a ficar menos atrativa frente ao mercado de ações. Lembrando que muitos fundos locais (fundos de ações e multimercado), as pessoas físicas e os estrangeiros estão subalocados no mercado de ações brasileiro.

Ontem numa “live” no Youtube um dos participantes citou que em média a bolsa brasileira sobe 10 a 20% antes do início da queda da Selic (dessa vez o IBOV subiu mais de 10%) e, depois, em média sobe 40% durante o ciclo de queda propriamente dito. Ou seja, o IBOV ainda tem muito espaço para subir.

E mais. As empresas mais favorecidas pela queda da Selic deverão ter um desempenho muito melhor, especialmente as “cíclicas domésticas” e as construtoras. Mas, nem tudo vai subir. Fuja das empresas ruins e mal geridas. É preciso selecionar bem as ações. Procure a ajuda de bons profissionais.

Outro ponto destacado na “live” de ontem: nos últimos 24 anos houve apenas uma exceção à regra citada: no ciclo de queda da Selic entre 2011 e 2012. Naquela época a bolsa subiu antes da queda da Selic (cerca de 20%), mas devolveu tudo durante o ciclo de queda de juros. O motivo? O começo da “Crise Dilma”. A queda de juros foi forçada num ambiente de inflação resiliente, fiscal descontrolado e muita intervenção no mercado de capitais, dentre outros fatores, que culminaram na maior crise brasileira – forte queda do PIB em 2015 e 2016 (mais de 8%).

Posto isto, é hora de aproveitar (ou continuar aproveitando) o ciclo de alta da bolsa brasileira (Bull Market), mas com muita parcimônia. Exceções acontecem, especialmente se o Governo Federal mudar seu discurso, ou melhor, mudar suas ações no campo econômico.

Outro perigo: o cenário externo. Qualquer crise mais aguda nas bolsas de valores por lá poderá limitar os ganhos por aqui.

Importante: lembre-se que a trajetória do IBOV será marcada por muita volatilidade. Seja perseverante. Não desista nos primeiros obstáculos.

E por último. Diversifique sua carteira. Outras classes de ativos também se beneficiam (e já se beneficiaram) com a queda de juros no Brasil, como os títulos prefixados e os vinculados à inflação (Tesouro Direto), já comentados por aqui várias vezes.

Bons investimentos.

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.

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