A Selic e o IBOV (e o FED)

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Copom corta Taxa Selic em 50 pontos-base e o IBOV despencou. Faz sentido?

A princípio, isoladamente, essa reação da bolsa brasileira não era esperada. Então, por que o IBOV caiu?

A razão principal veio de fora. Ontem também teve decisão do banco central americano. A manutenção da FED Funds Rate (5,25 - 5,5%) já era esperada pelo mercado, todavia o discurso mais duro do presidente do FED, sinalizando mais um aumento de 0,25% em 2023 e a manutenção dos juros altos por mais tempo, “azedou” o mercado mundo afora, pois o “FED Pivot” será postergado (início da queda de juros).

Em virtude disso, os juros de 10 anos nos EUA voltaram a subir, e tocaram o patamar de 4,50% ao ano (juros médios nos próximos 10 anos de 4,5% ao ano) – maior patamar em 5 anos. E essa alta derrubou as bolsas americanas. Lembrando, os juros altos são “inimigos” da renda variável. E os juros maiores também pressionaram os títulos públicos nos EUA (marcação a mercado). 

Outra consequência imediata: o dólar index disparou e superou os 105 dólares. A maior atratividade dos títulos americanos suga os dólares para o Tio Sam.

A decisão do FED foi baseada na maior resiliência da inflação em território americano, ainda longe da meta em 2%. E isso foi agravado com a recente escalada do petróleo (barril do Brent Oil em quase 95 dólares). O “ouro negro” mais caro pressiona a inflação mundo afora.

E o Brasil nessa história?

Recentemente comentei sobre a falta de fluxo para a B3. E isso permanece inalterado até o momento.

Mesmo com a queda da Selic no dia de ontem, o cenário externo piorou e contaminou o nosso mercado.

Dólar em alta lá fora é igual (em geral) dólar americano em alta frente ao real. E isso acaba pressionando as expectativas inflacionárias por aqui. O petróleo em alta também fortalece a inflação.

Os juros futuros no Brasil voltaram a subir, pressionando os títulos públicos (prefixados e vinculados à inflação) e os ativos de renda variável.

Assim, os juros futuros em alta derrubaram a bolsa brasileira. Importante salientar que os juros americanos altos por mais tempo podem limitar uma queda mais acentuada da Selic.

Resumindo: a bolsa brasileira continua barata, mas carece de fluxo e de um ambiente externo mais favorável.

A continuidade da queda das bolsas americanas, se ocorrer (e claramente pode ocorrer), pressionará ainda mais o IBOV.

Por último, fique atento aos seguintes patamares:

O S&P está na faixa dos 4.340 pontos (suporte imediato). Se perder, o próximo suporte está na casa dos 4.200 pontos (forte suporte).

O IBOV continua travado na faixa entre 114 e 119 mil pontos. O rompimento desses patamares deverá acelerar o movimento do índice.

Na queda temos suportes em 110 e 105 mil pontos.

Na alta, os alvos são 123 e 131 mil pontos.

É tempo de paciência. Muita paciência!

Eu continuo muito otimista com o IBOV para os próximos 12 a 18 meses, mas no curto prazo, o cenário ficou muito desafiador.

Faça aportes aos poucos, sem exageros.

O que está barato pode ficar ainda mais barato.

Assista ao vídeo da tese do Bull Market no Brasil: https://youtu.be/uGEnhcj_93o?si=9Ij9XLw64fykgx1S 

Mais uma vez: fique atento ao rompimento dos limites de 114 e 119 mil pontos nos IBOV.

Bons investimentos.

MJR

*Disclaimer: esse texto tem apenas um caráter educativo e não é uma recomendação de investimentos. E mais. Investimentos em renda variável podem gerar prejuízos.

 

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